sábado, 12 de março de 2011

A história do Coiso parte 7


O Coiso observava a Coisa. Ainda dormia. Ele cansou-se de olhar no momento em que ela abriu a boca e começou a babar-se a partir das suas lindas gengivas dilatas e relativamente degradadas. Foi comer o que restava dos snacks... Já só havia bolachas de água e sal e ice tea de banana.

Nesse momento, a Coisa acordou e ficou bastante zangada ao ver o Coiso a comer as bolachas como se não houvesse amanhã... No entanto, ela conseguiu ainda aproveitar as migalhas que restavam do pacote.

Sentaram-se no confortável monte de paus com aspecto celta... Os dois observavam o horizonte com uma certa admiração pela forte natureza selvagem daquelas águas salgadas que se movimentavam ao sabor gravítico lunar. O sol, já baixo, possibilitava o aparecimento do gradual luar que ia substituíndo a luz do dia. A Coisa explicou ao Coiso as suas aventuras enquanto este esteve inconsciente. O Coiso só não percebia a razão que levou a Coisa a transportá-lo aquele tempo todo, mas estava extremamente feliz por ela nao lhe ter roubado as suas cuecas vermelhas da cabeça.

Já era noite, e eles perdidos na conversa nem deram pelas horas passar. Certo momento, depois do cérebro do Coiso ter conseguido ignorar aquelas gengivas que já começavam a ganhar vida própria apoderando-se dos dentes amarelados da Coisa tapando-os quase por completo, ele conseguiu fitar o belo olhar dela. Tentou-se pôr mais confortável no meio daqueles paus e antes que o Coiso podesse fazer o que quer que fosse, os paus começaram a fomegar devido aos seus movimentos.

A Coisa, assustada, agarrou-se ao Coiso de repente. O Coiso desmaiou instantâneamente devido ao hálito dela. Foi então que apareceu um ser estranho do fumo.

- Eu sou o génio do monte de paus com aspecto estranhamente celta. Vivo dentro dos paus há já 2.395.967 anos. O meu último amo foi um lobo que me pediu um bife de viado cru, uma bela loba e muito dinheiro.

Então, a Coisa disse que os lobos não tem a noção do que é dinheiro e há 2.395.967 anos atrás ainda não se tinha inventado isso sequer.

- Ah mas para os lobos, dinheiro são ossos.

O Coiso volta agora a si observando aquele ser e pergunta-lhe se é deus.

- Não sou deus.... Eu sou o génio do monte do paus com aspecto estranhamente celta. Andas a dormir ou quê?
- Por acaso estava a dormir, não reparas-te? Perguntou o Coiso.
- Opa eu estava, de facto, a olhar para ti mas como tinhas as cuecas a tapar os olhos e estavas de boca aberta, pensava que estavas só impressionado.
- Nós já fomos para um universo paralelamente demoníaco de uma bruxa... já pouco me impressiona.
- Deves ter a mania que és muito vivido. Olha oh pessoas, tenho três desejos para realizar como é?
- Acho que temos que desejar algo e depois tu realizas... Disse a Coisa.
- Sim sim, o contrário de estar vivo é estar morto....( cara de sarcasmo ).. eu tou a perguntar: quais são os vossos desejos?
- Quero deixar de ter escurbuto! disse a Coisa.

Nesse momento, o génio deu-lhe uma chapada na cara e o escurbuto saltou-lhe todo da boca à velocidade do som e chapinhou os sete mares tendo colidido com um barco onde estava uma mulher velha musculada e feia e um homem velho com um braço a sair do cóccix que afundou. Felizmente os velhos conseguiram nadar para um sítio seguro novamente.

- MUHAHAHAHAH sou mesmo poderoso! Ainda têm dois desejos! Disse o génio
- Quero saber quem sou!!! Exclamou o Coiso.
- És o Coiso. Afirmou o génio
- Wooow! Acertei no teu nome sem querer! Concluíu a Coisa.
- Olha foda-se! Revoltou-se o Coiso
- AINDA TÊM UM DESEJO! Gritou o génio com uma voz grave e gutural - ESCOLHAM BEM!

Nesse momento, nuvens negras começaram a aproximar-se do génio criando uma espiral por cima dele que ia rodopiando... Trovões e relâmpagos rasgavam o céu azul marinho, e o luar iluminava agora um mar violento com ondas de 200 centímetros de altura. Ouviu-se um som estranho...Algo estava próximo deles. Passos pesados ecoavam pela ilha, cada vez mais frequentes, parecia que alguém corria na direcção deles!

Como estavam distraídos, o Coiso e a Coisa não estavam concentrados no seu último desejo... O medo era agora paralisante. De repente, uma sombra salta por cima do pau gigante do meio da ilha e aterra à frente do Coiso e da Coisa, agora iluminado pela presença do génio.

- Génio! Eu desejo que você seja livre!!!!!
- WTF?!!? Aladino?! Exclamaram surpreendidos o Coiso e a Coisa.

O génio, feliz da vida, fugiu do planeta e foi contra o Sol e morreu porque já estava farto de existir. A explosão, causada pela sua morte, foi tão grande que iluminou o céu escuro na Terra.

-Génio nããããããããããão!!!!!!! Gritou o Aladino.
O jovem, depois de gritar épicamente pela morte do génio, suicidou-se com um pau celta que o Coiso tinha afiado anteriormente. O Coiso e a Coisa aproveitaram para o comer porque já estavam cheios de fome. Depois disso, foram dormir relativamente juntos mas desta vez, para grande satisfação do Coiso, a Coisa já não tinha escurbuto.

Um comentário:

  1. Isto vai acabar com o Coiso na Coisa e muitos paus celtas a fumegar ÇÇ.

    ResponderExcluir