sábado, 4 de junho de 2011

A história do Coiso parte 9



Ambos no barco, finalmente, partiram. Usando o remo celta navegavam à vez de acordo com o cansaço que se ia apoderando de cada um deles ao longo do tempo. Era um dia calmo e fresquinho. A leve brisa inspirava confiança enquanto as narinas arrebitadas de cada um a sentiam percorrer o caminho para os pulmões com o objectivo de trocar o dióxido de carbono por oxigénio. O sol, no início bastante agradável, abençoava a viagem dos dois pelo mar calmo, despido de movimentos ondulatórios. O Coiso sentia que iria ser uma viagem livre de vómitos e que tinha valido a pena ter lavado os dentes com a seiva do pau gigante, antes de o ter transformado num barco.  Ambos tinham recolhido formigas suficientes para meia refeição e seiva aguada nojenta para beber durante a viagem. O líquido tava guardado num dos recipientes que tinham sobrado do país em guerra.

Começou a ficar muito calor. A Coisa já não aguentava mais e quando deu o remo ao Coiso para ele remar o barco começou, do nada, a flutuar para fora do mar em direcção ao céu. O Coiso, espantado, pára de remar e o barco flutua, desta vez, do ar para o mar. A Coisa diz para ele não parar e o Coiso, olhando para ela perversamente, começa a remar de novo. O barco leva-os então cada vez mais alto. A vista, completamente azul, tanto ao olhar para cima como para baixo, maravilhava-os. Em direcção ao sol o Coiso remava, numa tentativa parva de o apanhar. O sol foi descendo até se esconder no horizonte. Vermelho, pintava o resto do planeta, desta vez, com uma palete de tons mais quentes e, no entanto, frescos. A Coisa senta-se, agora, ao lado do Coiso. Enquanto que o sol passa pelo horizonte, os seus ultimos raios pintam o crepúsculo nublado. Desejando algo mais, o Coiso rema com intenções de ultrapassar as atmosferas. Enquanto voa, vai admirando o céu estrelado da noite quase de verão perdendo a noção do tempo e do espaço, acaba por sair do planeta. Do barco ainda pingavam gotas do mar que iam refractando as cores do espectro gráças aos fotões que por elas passavam, desenhando um arco-íris do barco até ao planeta. Foram colorindo o espaço dando anéis-íris à lua. Formaram uma pseudo-estrada com o rasto deles. Ao chegarem a Saturno, aterraram num cometa brilhante que por lá passava que os levou muito rápidamente rasgando a auto-estrada-arco-íris deles derrapando em cada curva criada, posteriormente, pela atracção gravítica dos objectos perdidos no vazio. Começou a ficar muito calor. Quando o cometa se aproximou da Terra começou a aquecer muito devido ao atrito. A Coisa e o Coiso neste momento estavam em pânico. O cometa chocou ferozmente no mar e toda a água saiu do local onde aterrou.

O Coiso e a Coisa acordaram, a sofrer de insolação, no dia seguinte com o barco ao lado deles desfeito numa praia desconhecida.

Um comentário:

  1. Quero mais, quero sempre mais da história do Coiso! No dia em que a historia do Coiso acabar acabam os Devenieos de Darwin... E tenho dito!! Agora a responsabilidade é tua, apesar de nao ser grd responsabilidade.

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